O que se pretende?
Ao registrar a prosa do mundo, seja ele o mundo doméstico seja o mundo planetário será que somos tão modernos na era digital?
Desde cedo a matriz do imaginário virtual, a fotografia, se interessa então pelo que está próximo,pelo que está presente: retratos e janelas, jardins e naturezas-mortas hão-de estar entre as suas temáticas mais dilectas.
Relembremos a primeira fotografia, de Niepce, uma fotografia feita em casa – ainda que apontando para a paisagem através da janela. Ou pensemos nas fotos de campanha de Roger Fenton – descobrir o mundo e registrá-lo, sim,mas na sua materialidade é a preocupação.
No entanto, é na insistência voyeurista de Erich Salomon que irônicamente, depois que a fotografia preparou o cinema para um natural convívio com a realidade espetacular que a internet se apega e despreza crescentemente aquele sonho de espetáculo total num novo século e estabelece uma lógica de comunicação mediática e comercial que acaba sendo menos exigente, embora técnica mas querendo, sobretudo, o que é familiar.
Um fato que seria isolado, local ou televisivelmente particular gera polêmica e ressalta o julgamento doméstico numa rede social mundial. Para nossa alegria(plagiando uma produção familiar de vídeo) se pode provocar calculando que de dez novas mídias e aplicativos e objetivos gerados pelos meios virtuais , nove, são de interesse particular que compartilhados passam globalmente a ser nada mais, nada menos que familiar
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